terça-feira, 29 de julho de 2008
Carências
Da boca das crianças e dos pequeninos sai um louvor que confunde vossos adversários, e reduz ao silêncio vossos inimigos."
(Salmo 8,3)
Andando pelas ruas de Breves, especialmente de Cidade Nova, onde moramos, ou até mesmo participando de um Missa, é perceptível o porque de tanta carência afetiva nas crianças daqui sofrem de tamanha carência afetiva.
Elas perdem o colo muito cedo. As mães têm muitos filhos, cinco, seis, até oito filhos por mulher Mulheres relativamente novas que, pela necessidade de amamentar o menor, geralmente subnutrido, deixa de lado os demais, alguns que mal sabem andar e choram pela falta da mãe.
Fica bem compreensível que uma criança se torna “independente” muito cedo e até passa a ser responsável pelos irmãos menores.
É fácil ver uma criança de seis anos cuidando de dois ou três de seus irmãos menores.
Hoje sinto uma necessidade urgente de ter aqui pessoas que doem um pouco de seu tempo por essas crianças, é certo que as ONG’s Cruz do Sul e Haren Alde o fazem, mas ainda é pouco diante de tamanha necessidade.
Muito mais do que carência material ou alimentar, muito mais do que dinheiro, essas crianças precisam ser simplesmente crianças. De ter um colo, um afago, um abraço, um beijo. De poder brincar de roda, de pular corda, de ir ao pula-pula. De ganhar um pirulito ou um chopp (chup-chup em alguns lugares, suquinho ou sacolé em outros).
Creio que seja nossa responsabilidade criar alguns meios de que isso possa acontecer, não é difícil nem é caro, basta apenas ter sensibilidade e boa vontade.
Há jovens suficientes nessa cidade, especialmente nos grupos de jovens de nossa comunidade que podem ser formados para ajudar na recreação e no auxilio às crianças.
Fazendo isso atingiremos também as mães, com alfabetização, oficinas de cartão, horta comunitária ou qualquer outra atividade que viermos a realizar na comunidade São José Operário.
Àqueles que me conhecem sabem o quanto me toca ver uma criança nessas condições, da vontade de levar pr casa e de cuidar de cada uma de suas necessidades. Se não me é possível fazer isso agora, quero deixar algo de bom para eles, não para que eu ou projeto seja lembrado, mas para que elas tenham uma esperança no futuro.
Deus abençoe a todos que comungam comigo nessa intenção, façamos acontecer algo de realmente novo nesse lugar, a começar pelos mais pequeninos.
"Responderá o Rei: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes."
(Mateus 25,40)
Beto Bernardi
Projeto Amazônia
http://missaomarajo.blogspot.com/
"Para falar ao vento bastam palavras,
para falar ao coração são necessárias obras."
(Padre Antonio Vieira)
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