quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Partilha da Missão: Dia dos Professores na Escola Áurea Cunha
"As espigas mais altas, mais vaidosas,são totalmente vazias."
(Padre Pio de Pietrelcina)
Quarta-feira, dia 15 de Outubro de 2008, Dia dos Professores.
Logo após o programa Alvorecer com Cristo na Rádio Breves FM, que apresentamos nesse dia em virtude da viagem do Professor Vanderlei Castro, eu e Virtes voltamos para casa e fizemos nossa oração das laudes, em seguida fomos a escola Áurea Cunha e às 9 horas começamos nosso momento de louvor.
Na véspera recebemos a visita de duas mulheres, Eva e Benedita, funcionarias da escola nos pedindo para realizar uma celebração a fim de comemorar o dia dos professores. Em conversa informal, acabaram por nos falar sobre a divisão que foi causada na escola por conta das eleições municipais. Por isso, eu e Virtes pensamos em fazer no louvor um momento de reconciliação, não sabíamos se iria dar certo, mas rezamos para que Deus fizesse a obra e nos colocamos a Sua disposição como instrumentos Seus.
Ajudaram-nos nesse momento de louvor dois jovens da comunidade Santa Rita, um rapaz e uma moça que conduziram os cantos.
Virtes iniciou com animação e cânticos e logo em seguida eu fiz a oração inicial, rezando com a bíblia tomamos o pedido de Salomão (Sab 9, 1-6) para obter sabedoria como oração nossa. Fizemos um momento de oração dirigida onde os levei a refletir sobre a vocação do professor, sua função social e dom de Deus na vida de muitas crianças e adolescentes.
Em seguida a Virtes leu e partilhou a Palavra de Deus com os professores e funcionários, (Rom 12, 14ss), fez uma bela pregação sobre a necessidade de caminharmos como grupo unido, cada um em sua função especifica em prol de um só objetivo.
Finalizamos nossa pequena celebração com um momento de reconciliação, onde apresentamos um pão para ser partilhado com aquele com que nós precisássemos pedir desculpas ou desculpar por qualquer motivo, tendo em vista que o local de trabalho é sempre um local onde acontecem algumas desavenças, como em nossa casa e essas rusgas que ficam acabam atrapalhando em nosso convívio diário.
No Inicio houve alguma dúvida e resistência em se iniciar esse processo de ir ao encontro do outro, mas aos pouco tudo caiu, e pessoas que já não mais se falavam no ambiente da escola se reconciliaram, se abraçaram, sorriram juntos, sendo até difícil retomar o grupo para finalizar a atividade.
Foi um momento de muitas curas, onde Deus realizou sua obra entre os homens e mulheres ali reunidos.
Eu e Virtes ficamos muito felizes por fazer parte desse momento.
Ao final participamos de um café da manha animadíssimo com o grupo, lógico que os convidamos para estar em nosso grupo de oração e deixamos com eles duas bíblias para serem sorteadas entre professores e funcionários.
Deus age realmente onde nós permitimos que ele aja através de nós. A Ele seja toda Glória e o Louvor, toda Honra e o Poder, pelos séculos dos séculos.
"As espigas mais baixas, mais humildes,estão sempre carregadas de grãos!"
(Padre Pio de Pietrelcina)
Fonte:Beto Bernardi
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Semear a Cultura de Pentecostes é anunciar que Jesus é o Senhor!
No fim de setembro, os Conselheiros da Renovação Carismática Católica reuniram-se em Aparecida/SP, para eleição da presidência do Conselho. Marcos Volcan foi reeleito presidente por mais quatro anos. Nesta mensagem ele nos fala sobre a importância de a RCC assumir cada vez mais a Missão.
Irmãos e irmãs,
Durante o Congresso Nacional deste ano em Aparecida, nossos pastores e líderes constantemente nos convocaram a assumir cada vez mais a missão que temos como movimento eclesial. E que missão é essa? É aquela que teve inicio dois mil anos atrás: o anúncio do Evangelho. É preciso dizer ao mundo que Jesus vive e é o Senhor! Foi isso que os discípulos fizeram tão logo receberam o Espírito Santo em Pentecostes. Saíram pelo mundo proclamando o Senhorio de Jesus.
Não foi uma tarefa fácil, os seguidores de Cristo sofreram duras perseguições, pagaram com a própria vida, deram seu sangue!
A RCC está cada vez mais consciente de que essa missão não se esgotou! É atual e precisa ser assumida de fato. Uma expressão muito forte marcou o Congresso: Renovação Carismática Católica: Semeando a Cultura de Pentecostes. Após celebrarmos 40 anos de caminhada, sentimo-nos como que adentrando a terra prometida (isso foi comentado muitas vezes no Congresso do Jubileu dos 40 anos). E essa terra precisa ser semeada. A cultura que queremos para o nosso mundo é a cultura ensinada pelos nossos pais na fé, os apóstolos do Senhor. Um novo modo de vida que eles aprenderam com o próprio Jesus.
Cresce dentro da Renovação Carismática Católica a convicção de que é preciso avançar! Estamos em missão! Jesus, infelizmente ainda não é conhecido, amado, nem reconhecido como Deus, por - pelo menos- 4 bilhões de pessoas. Além disso, os valores do Evangelho cada vez perdem mais espaço neste mundo da pós-modernidade. Temos um longo trabalho pela frente! Existimos como movimento católico para mudar essa realidade! Desejamos que mais e mais pessoas, ao viver a experiência do Batismo no Espírito Santo, recebam a graça de conhecer Jesus e vivam um relacionamento pessoal com Ele.
No que diz respeito ao Conselho Nacional, estamos concentrando nossas forças em dois encontros muito importantes, diretamente relacionados com a Evangelização.
O primeiro é o Encontro Nacional de Formação para Coordenadores e Ministérios (26 de janeiro a 01 de fevereiro de 2009) que terá como tema “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho”, inspirado na carta de Paulo aos Coríntios (I Cor 9,16).
O segundo é o Congresso Nacional (de 08 a 11 de julho de 2009), cuja temática será “Jesus Cristo é o Senhor” (Fil 2,11).
Trabalhe esses temas também em sua realidade: Grupo de Oração, retiros, encontros estaduais e diocesanos. Estejamos em unidade.
A exemplo de Paulo, anunciemos sem cessar!
Fraternalmente,
Marcos Volcan
Presidente do Conselho Nacional da RCC-Brasil
Fonte: RCC Brasil
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Terça-Feira de Intercessão pelo Projeto Amazônia.
Neste mês missionário o Papa Bento XVI nos convida a sermos “ Servos e Apóstolos de Cristo” e lembra que o mandato missionário continua a ser uma prioridade absoluta para todos os batizados, chamados a ser ‘servos e apóstolos de Cristo’neste início de milênio”.
Nesta terça-feira rezemos nas seguintes intenções:
1.Pela perserverança dos que se cadastraram para participar do Curso de Formação Missionária.
2.Pelo processo de formação.
3.Pelos padrinhos e madrinhas das crianças do Projeto Criança Feliz II
4.Pelos Missionários
5.Pela RCC.
Neste mês faça a experiência de rezar o terço missionário.
Que a Virgem de Nazaré interceda por nós junto á Jesus, o missionário do Pai.
Comunicação - Projeto Amazônia
domingo, 5 de outubro de 2008
Projeto Amazônia é a RCC em missão!
No mês de outubro, a Igreja Católica chama a atenção ao mundo missionário. Com celebrações especiais nas comunidades, paróquias e dioceses, uma série de atividades é desenvolvida neste mês tão especial. A Renovação Carismática Católica, em unidade com essas atividades, chama atenção de todo o movimento para o Projeto Amazônia – o chamado missionário de Deus para a RCC do Brasil.
O objetivo do projeto é colaborar com a Igreja da Amazônia, respeitando e interagindo com seu povo, cultura e história, para que, em Jesus, todos tenham condições necessárias ao seu pleno desenvolvimento.
Entre os trabalhos pastorais da Casa Missionária, sede do projeto, localizada em Breves, na Prelazia do Marajó (PA), estão a formação da RCC na realidade local; a administração e evangelização da Capela São José; a formação da juventude; geração de renda, através de oficinas de cartões, de terços e marcenaria; catequese e encontros semanais com alimentação para as crianças; alfabetização de adultos; a arrecadação de Bíblias para a comunidade através da campanha "Doe uma Bíblia para o Marajó"; etc.
O Projeto conta com três missionários, além de cinco equipes de trabalho que compõem as equipes executivas de Seleção e Formação, Comunicação, Logística, Relações Institucionais, Jurídica e Intercessão.
Neste 82º Dia Mundial das Missões, celebrado no terceiro domingo de outubro e sob o lema “Servos e apóstolos de Jesus Cristo", o Papa lembra que "o mandato missionário continua a ser uma prioridade absoluta para todos os batizados, chamados a ser ‘servos e apóstolos de Cristo’ neste início de milênio”.
O Projeto Amazônia convida você a divulgar no seu grupo de oração, na sua paróquia e nos meios de comunicação que você tem acesso mais esta realidade missionária da RCC. Durante este mês missionário, conscientize sua família, seu grupo, sua cidade, sobre a importância da vida de discipulado e missão para todos os batizados.
Conheça o Projeto, divulgue as ações deste sonho de Deus para o povo da Amazônia e colabore. O Projeto Amazônia é a RCC em missão!
Visite nosso site: www.projetoamazonia.org
Para ser um benfeitor do Projeto Amazônia faça seu deposito:
Banco do Brasil
Agência: 0029-09
C.C.: 213.212-5
Equipe de Comunicação
Projeto Amazônia
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Terço Missionário
O Rosário Missionário
Tem como finalidade rezar pela paz no mundo e pela salvação de toda a humanidade. As cinco cores diversas representam os cinco continentes e recordam as intenções pelas quais se vai rezar:
A Dezena Verde é pela África. Recorda as suas verdes florestas e a cor sagrada dos muçulmanos. A Dezena Vermelha é pelo continente Americano que teve como seus primeiros habitantes os peles vermelhas.
A Dezena Branca é pela Europa e pelo Papa.
A Dezena Azul lembra-nos a Oceania e as inumeráveis ilhas espalhadas pelas azuis águas do oceano.
A Dezena Amarela é pela Ásia, terra do sol nascente, o berço da civilização.
As três Ave Marias finais podem ser oferecidas pelos missionários espalhados pelo mundo. Nossa Senhora disse em Fátima: "Rezai o terço todos os dias. Rezai pelo mundo e pela paz". Reza tu também; reza com o coração aberto ao mundo, aos seus problemas e aos seus sofrimentos. Rezar é viver.
Segundas e quintas-feiras
Mistérios Gozosos
1º A Anunciação
Cristo veio ao mundo para fazer a vontade do Pai em humilde submissão. Em Cristo todos somos chamados a anunciar ao mundo a salvação. (Lc. 1,26-38)
2º - A Visitação
Aquele que se faz servo de todos é o primeiro de todos e o maior no Reino dos Céus. Para o cristão, viver é fazer ecoar o canto de alegria da Virgem Maria (Lc 1, 46-56)
3º - O Nascimento de Jesus
Maria dará à luz um filho; e Ele será chamado Jesus. Aqueles que crêem em Cristo são chamados a espalhar pelo mundo a alegria do Santo Natal (Lc 2,1-14)
4º - A Apresentação
Jesus fez-se em tudo semelhante aos homens para condividir a sua sorte. A vida é alegria de oferta de si mesmo ao Pai pela salvação do mundo, como fez Jesus. (Lc 2, 22-35)
5º - A Perda e o Encontro
Regressando pelo mesmo caminho, encontram Jesus. A nossa existência é um caminho em busca de Jesus, percorrido com humildade. Depois é nosso dever ir pelas estradas e gritar a alegria de o termos encontrado. (Lc 2,41-51)
Terças e sextas-feiras
Mistérios Dolorosos
1º A Agonia
Até mesmo o Filho de Deus, na sua carne, experimentou a dor. A salvação exige que levemos nós também, como Jesus, o peso das injustiças deste nosso mundo (Lc 22,39-46)
2º A Flagelação
O Servo de Deus tomou sobre si as nossas dores e foi castigado por nossa causa. Percorrer as estradas da salvação quer dizer submeter-se à provação, no abandono total a Deus. (Mt 27,22-26)
3º - A Coroação de Espinhos
Maltratado, deixou-se humilhar e não abriu a boca, como cordeiro levado ao matadouro. O Rei do Universo leva sobre a cabeça uma coroa de Espinhos (Jo 19,1-7).
4º - O Caminho do Calvário
Fixemos o olhar em Jesus: foi Ele que nos abriu a estrada da fé. Cada vocação deve percorrer os caminhos que conduzem ao lugar onde somos elevados, como sinal de salvação para o mundo (Lc 23, 26-31)
5º - A Crucifixão
O Filho de Deus aceitou das mãos do Pai a humilhação suprema: morrer na Cruz. Salvaremos o mundo se estivermos, com Maria, aos pés da Cruz (Jo 19,25-30)
Domingos, quartas e sábados
Mistérios Gloriosos
1º - A Ressurreição
Cristo Ressuscitou. A alegria Pascal não é só aquela de uma possível transfiguração, mas é, sim. a certeza de uma nova presença de Cristo ressuscitado que nos comunica o Seu Espírito (Mc 16,1-7)
2º - A Ascenção
Cristo nos Céus é Senhor absoluto do Mundo. Mas antes de subir ao céu Ele prometeu ficar connosco e enviou-nos até aos confins da terra a anunciar a Boa Nova. (Act 1,2;3,9-14)
3º - Pentecostes
Aqueles que se deixam guiar pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Vós não recebestes um Espírito que vos torne escravos, mas sim o Espírito de Deus que vos torna filhos de Deus (Act 2,1-4)
4º - A Assunção
A Assunção é a alegria pela glorificação da Mãe de Jesus: "quero louvar o Senhor pelas suas obras. Ele é o meu salvador. Estou repleta de alegria". (Lc 1,46-52)
5º - Maria Rainha do Universo
Maria é Rainha do Céu e da Terra. Ela é aquela que recebeu Cristo e O deu ao mundo. "Bendita fostes Vós, pelo Deus Altíssimo, sobre todas as mulheres da terra" (Apc 21,1-5)
Cristologia Paulina
1. Considerações Preliminares
A Cristologia é o centro da pregação pós-pascal. É determinante, nesse contexto, uma hermenêutica cristológica. Foi esse o caminho da pregação e da literatura paulina. Paulo arquiteta, na sua Cristologia, uma estrutura de pensamento muito aprofundada, complexa e especulativa. Ele usa um vocabulário rico e de variadas nuances filosóficas. Ele, também, conhece muito bem o corpo de doutrina acerca do Messias, existente no Judaísmo. Tratava-se de algo, também, extremamente bem elaborado. Esta é uma referência fundamental no seu trabalho de elaboração da sua Cristologia, colaborando na compreensão da riqueza do seu pensamento cristológico, extenso e muito profundo. Essa extensão e profundidade não permitem, pois, uma abordagem rápida para tocar, ao mesmo tempo, e, num único conjunto, a globalidade do seu pensamento cristológico. É importante elaborar, portanto, uma compreensão do conjunto das questões abordadas, como a constituição de instrumento, para se poder fazer uma garimpagem nas minas ricas desse seu pensamento cristológico.
Esta abordagem aqui será mais de caráter hermenêutico teológico, assentada em argumentações exegéticas, menos de caráter histórico-teológico. Isto é, a meta posta é configurar uma compreensão do conjunto daquilo que constitui a Cristologia Paulina, sem exames exegéticos detalhados de textos em particular, tomando, no entanto, alcance de sua significação para configurar a compreensão buscada. Em razão da exigüidade do espaço não se faz abordagem abundante de questões de caráter mais histórico-teológico ou histórico-literário, como é o caso da evolução do pensamento paulino no processo de redação de suas cartas ou mesmo a questão importante da tradição paulina relacionada com a tradição de Jesus nos evangelhos, considerado como contexto pré-pascal, centrado na mensagem do Reino.
É importante, ainda sublinhar que esta riqueza de pensamento na configuração da cristologia paulina não se trata de uma simples idéia especulativa. O apóstolo elabora sua cristologia como fruto de uma experiência real. Suas elaborações nascem da convicção do seu encontro pessoal com o Cristo Vivo. Sua Cristologia se constrói a partir desta experiência. Na verdade, ela é uma autêntica linguagem da experiência. Foi o encontro pessoal com Cristo que transformou sua vida. A força dessa transformação, ele advoga, vem da significação real da vida e da pessoa de Cristo. É o que ele ensina e constitui como caminho para a vivência autêntica da fé para aqueles que crêem em Cristo. Por isso, Paulo elabora sua Cristologia com um profundo entrelaçamento da história de Cristo com a história do homem. Não é, pois, uma compreensão especulativa de uma pessoa, mas experiencial. O conjunto das argumentações revela, pois, a magnanimidade de Deus ao enviar seu Filho Amado. A vida da humanidade tem, então, em Cristo o seu significado. Sem Ele esta não tem significado. Assim, se o homem não é filho de Deus, não é autenticamente homem. A entrada de Cristo na história humana é a garantia dessa conquista e de sua consolidação.
É determinante considerar no pensamento de Paulo a focalização que ele faz em se tratando da vida individual de Jesus. Jesus se imola. Nessa sua imolação ele abre um caminho novo na relação com a humanidade e com Deus. Seu ministério terrestre e sua morte, prostrando por terra todos os inimigos, por último a morte, abrem um caminho interior novo para os corações, sendo referência essencial no pensamento de Paulo. Ele frisa a importância da morte de Cristo, na sua força redentora, não menos a força ética do seu exemplo e dos seus ensinamentos, como processo de configuração da vida cristã. Essa referência ética é também uma confirmação do conhecimento que Paulo tem do Jesus dos evangelhos. Nesta direção é importante considerar o Evangelho de Lucas, tendo presente este colaborador de Paulo, que no seu trabalho, certamente, visa ao atendimento de uma necessidade eclesial importante no que se refere à demanda específica entre os gentios. Assim, pois, um caminho também muito rico é o de articular as categorias do pensamento paulino e o conteúdo da vida humana de Cristo.
A compreensão da abordagem da visão de Paulo, marcada com os traços da universalidade, tem importância própria na articulação desta com o que é próprio da narrativa do Evangelho, enquanto mostra Jesus Cristo na sua longa peregrinação e rica missão. Paulo ajuda a compreender, pois, que essa importante missão é sustentada por um ato vivido de libertação na vida humana.
Paulo é um pensador muito criativo. Certamente, o mais criativo das origens cristãs. Ele se beneficia, pois, das matrizes do judaísmo de origem e do cristianismo anterior a ele. Sua impostação perpassa três referências temáticas fundamentais: 1- Cristo como autor da salvação: I e II Ts; I Cor 15, acentuando a perspectiva escatológica; 2- O dom de Cristo: I e II Cor, Gl e Rm, sublinhando a soteriologia, enquanto focaliza a participação do cristão na vida do ressuscitado; 3- O mistério de Cristo: Fl, Ef e Cl, focalizando a identidade pessoal de Cristo, particularmente a sua divindade.
É verdade que a experiência pessoal de Paulo contextualiza seu pensamento cristológico. Contudo, é importante ter presente que sua Cristologia tem objetividade própria. Portanto, sua Cristologia não é, simplesmente, uma hermenêutica de sua experiência pessoal vivida na estrada de Damasco.
A compreensão da pré-existência de Cristo é determinante no pensamento paulino, segundo o que aparece no hino pré-paulino de Fl 2,6-11.
A Cristologia Paulina, portanto, nos escritos de Paulo, não é tratada como uma temática à parte. De tal modo que sua abordagem não é mais conveniente quando se trata, por exemplo, carta por carta. Assim, sua Cristologia é a premissa indiscutível para a abordagem de todas as outras questões e temáticas, tal como a soteriologia. Sua Cristologia, então, nasce da consideração que ele tem de Jesus Cristo como o dado determinante do seu discurso, a partir de uma compreensão que se tem d’Ele. O desafio que permanece sempre na abordagem cristológica é, exatamente, o de garimpar sempre, com precisão, os conteúdos das cartas e enuclear as elaborações explicitadoras do significado de Cristo. Pode-se admitir que solus Christus é o princípio hermenêutico e propulsor do pensamento paulino. Isto é, sem Cristo, Paulo não teria tomado, de modo tão denodado, a atividade missionária, nem mesmo teria repensado e reorganizado o patrimônio cultural-religioso que possuía como um fariseu fiel. Assim, Paulo não trabalha como um filósofo que, no escritório, explicita conceitos. Na verdade, ele interpreta uma história que tem como centro a morte-ressurreição de Cristo, sua experiência pessoal na estrada de Damasco e a situação vivida pelas Igrejas às quais ele dirige sua mensagem e ensinamentos. De tal modo que o discurso sobre Cristo não é apenas um discurso informativo, mas performativo. Ressalta-se, então, a singularidade da experiência do encontro pessoal com o Cristo que marcou o sentido decisivo e novo da vida do apóstolo e o sentido de sua missão.
Tais aspectos abordados, e tantos outros, permitem perceber a riqueza e complexidade da Cristologia Paulina. Ao mesmo tempo confirma que só por esse prisma de leitura e compreensão é possível alcançar o sentido e a singularidade de sua abordagem, possibilitando, no alcance de sua experiência como apóstolo e missionário, a todos os crentes conquistarem a grandeza do que o mobilizou profundamente e fez dele aquele de quem disse o Pe. Lagrange: “ Depois de Cristo, Paulo é único”.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
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