Diante das palavras do Santo Padre, nos animamos para continuar e, ao mesmo tempo, ficamos perplexos, diante da realidade marajoara. Logo que chegamos lá, num trabalho de campo, descobrimos que 26 crianças corriam risco de morte. Corremos, fizemos o que foi possivel. Infelizmente uma veio a falecer na semana passada. E outra encontra-se no hospital em estado grave. Continuamos no processo para ajudar estas familias. Mas na realidade marajoara, estas não são as únicas. Foram as que o Senhor nos mostrou, logo que chegamos na missão. E diante das palavras do Santo Padre, nos animamos, estamos como Igreja, cada qual, com sua missão, mas lutando para que realmente sejam inaceitáveis a realidade da fome em todos os lugares do planeta.
Veja a mensagem do Santo Padre.
O Papa Bento XVI afirmou, em mensagem aos líderes mundiais presentes no Congresso da FAO, por causa da crise alimentar internacional, que a fome e a desnutrição são "inaceitáveis num mundo que dispõe de produção, de recursos e de conhecimentos suficientes para acabar com estes problemas e com suas consequências". Este encontro, que aconteceu em Roma. Entre os temas discutidos, está a "Segurança alimentar".
A mensagem foi lida pelo Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone. Bento XVI diz que a ação da comunidade internacional só é eficaz se for "unitária e coordenada", convidando a uma colaboração "cada vez mais transparente com as organizações da sociedade civil comprometidas no combate ao crescente fosso entre riqueza e pobreza".
O Papa convidou os participantes à "globalização da solidariedade", frisando que "a crescente globalização dos mercados nem sempre favorece a disponibilidade de alimentos e os sistemas produtivos são muitas vezes condicionados por limites estruturais, bem como políticas protecionistas e fenômenos especulativos que relegam populações inteiras para as margens dos processos de desenvolvimento”.
Na mensagem, Bento XVI afirma que milhões de pessoas estão com os olhos postos nos líderes mundiais para que encontrem soluções enquanto a segurança da sua própria sobrevivência e dos países a que pertencem estão em risco.
Segundo o Papa, o mundo tem "níveis de produção, recursos e conhecimentos suficientes" para pôr termo à fome e às suas consequências, pelo que apelou a todas as nações para fazerem reformas estruturais "indispensáveis" que contribuam para o desenvolvimento.
Os representantes da maioria dos 193 países membros da agência da ONU para a alimentação e agricultura (FAO) estão presentes em Roma para debater a crise alimentar mundial, os desafios das mudanças climáticas e das bioenergias.
Bento XVI assinala que "pobreza e desnutrição não são uma fatalidade, provocadas por situações ambientais adversas ou calamidades naturais desastrosas". Quanto ao crescimento do custos com os alimentos, o Papa pede "novas estratégias de luta contra a pobreza e de promoção do desenvolvimento rural".
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